FLASHBACK
Em 28 de dezembro de 1965 no final da cerimônia do seu casamento no Santuário do Ateneu Dom Bosco, Maria Helena Lúcio e Percival Xavier Rebelo Filho ouviram do celebrante; “Até que a morte os separem”. Porém, Deus tinha outros planos para o casal e respondeu lá de cima; “Ficarão juntos até os últimos dias de suas vidas”.
E assim foi. Viveram 54 anos enfrentando os designos divinos na alegria e na tristeza, que começou com apenas 8 meses após o casamento, quando um acidente na saída de uma festa no Clube Cruzeiro do Sul levou Maria Helena para a cadeiras de rodas e revelou um marido abnegado, que fez de Percival também um amigo, companheiro, amante e cuidador. E como cuidou.
Com dignidade e altivez nunca deixou transparecer a dor que sentia em sua alma com a fatalidade e proporcionou à Maria Helena tudo o que estava ao seu alcance, e às vezes nem tanto, quando tinha de superar momentos difíceis, que foram muitos. Deu à esposa a vida de uma rainha, superando-se a si próprio no carinho, amor, dedicação e tudo que sua boa condição financeira permitiu, com viagens ao redor do mundo, festas, joias e figurinos das melhores griffes. E o mais importante: realizou o sonho de ser mãe de Maria Helena dando-lhe uma filha, Cejana, gestada numa cadeira de rodas que Percival conduzia, como se fosse uma carruagem. E ele foi além, trazendo para alegrar ainda mais a vida do casal com dois filhos do coração, Fernando e Daniela.
Os três completaram a felicidade com os netos que vieram para dar continuidade ao exemplo do caráter íntegro que o casal trouxe do berço. E assim Maria Helena e Percival honrou e cumpriram o que Deus determinou naquele dezembro de 1965: partiram para o céu juntos cinco décadas depois.